36ª SESSÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA FUNDAÇÃO JOÃO PAULO II PARA O SAHEL DE 19 A 23 DE FEVEREIRO DE 2018 em Dakar, SENEGAL

 

COMUNICADO FINAL

 

Durante a sua 36ª sessão ordinária em Dakar, de 19 a 23 de fevereiro de 2018, de acordo com seus Estatutos, o Conselho de Administração (CA) da Fundação João Paulo II para o Sahel avaliou as atividades do ano de 2017 e analisou as perspectivas para 2018. O CA congratulou-se particularmente com a presença dos representantes do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Na reunião, que começou na terça-feira, 20 de fevereiro com a cerimônia de abertura, esteve presente o Arcebispo de Dakar, Dom Benjamin N’DIAYE, que expressou a sua grande alegria ao ver os resultados alcançados através da implementação dos projetos financiados pela Fundação João Paulo II para o Sahel, em benefício das populações desta região. Salientou que isto inspira uma disposição geral para desenvolver uma cultura de partilha através de uma vida coerente com a nossa fé e reforça a reflexão já iniciada no Encontro da Caritas África em setembro de 2017, em Dakar, no contexto da questão pertinente da solidariedade, apesar das dificuldades ligadas a uma estação chuvosa insuficiente. Os representantes da Conferência Episcopal Italiana (CEI) e da Conferência Episcopal Alemã (CEA) sublinharam o empenho da Igreja na luta pelo bem-estar da população; o Secretário da Nunciatura Apostólica em Dakar, em nome de Sua Ex. Rev.ma o Núncio Apostólico Michael BANACH, ausente por razões familiares, centrou sua a intervenção numa visão pastoral da Igreja hoje, na prespectiva do Papa Francisco. Ressaltou que, partilhar o sofrimento dos homens e mulheres que procuram melhores alternativas para uma vida digna através da migração, desafia mais do que nunca a consciência e o dever de toda a humanidade: “Onde está seu Irmão Abel?” (Gen. 4, 9).

 

A esperança fundamental da compaixão deve iluminar e promover o diálogo intereclesial e colocar a questão do homem e seus direitos nas decisões internacionais. Um convite à Igreja que deve estar permanentemente em saída para promover a partilha dos bens da terra e defender a dignidade do trabalho humano. É assim que a nossa humanidade desenvolverá melhores instintos de sobrevivência ao construir novas pontes para mais comunicações e encontros. Assim, o desenvolvimento de um diálogo mais enriquecido pelo Evangelho, restaurará ainda mais a confiança entre os homens e aprofundará as suas relações com Deus. A Fundação João Paulo II constitui um testemunho da verdadeira caridade vivida no Sahel.

 

A zona da intervenção da Fundação João Paul II para o Sahel, além da dureza do clima, durante o ano de 2017, tem sentido os efeitos nefastos da mudança climática, causando em algumas regiões uma acentuação da seca com a paragem prematura da estação chuvosa. Isso não só comprometeu as colheitas, mas também está causando migração de pessoas e animais em busca de melhores condições de sobrevivência. Esta situação de migração, cria frequentemente conflitos que podem ser violentos se não forem tomadas medidas adequadas para promover a coesão entre os povos deslocados e autóctones.

Mas o que mais marcou o nosso ano de 2017 foi a questão da migração da população jovem, que se tornou um objeto de comércio nas mãos de homens sem fé nem lei, que vêem neles mais meios de conseguir recursos financeiros, sem nenhuma consideração pelo seu estatuto e seus direitos. É assim que muitos deles são retidos e vendidos como escravos dos tempos modernos. Submetidos a tratamentos infra-humanos, eles sucumbem à morte durante a sua aventura ou nas ​​águas do Mediterrâneo. Diante desta situação, que interpela mais do que nunca o empenho da Fundação João Paulo II para o Sahel, os parceiros assumiram o compromisso, no ano passado, através do financiamento de projetos, com o intuito de apoiar iniciativas locais e aí, gerar recursos ao nível comunitário e familiar. Esses projetos financiados serão implementados a nível local num espírito de maior responsabilização. A Conferência Episcopal Italiana desempenhou um papel importante no financiamento de projetos submetidos à Fundação João Paulo II, o que constitui um passo cada vez mais significativo no processo de valorização das potencialidades locais, tanto do ponto de vista dos recursos humanos como em termos de consideração pelas riquezas naturais locais.

Após a análise dos relatórios de atividades e a revisão da situação financeira, as questões fundamentais foram objecto de partilha entre os participantes afim de  ver com realismo e serenidade as melhores directrizes para continuar a missão da Fundação, procurando diversificar as suas fontes de financiamento em colaboração com a Pax Bank e garantindo uma gestão coerente e eficaz dos recursos disponibilizados e cuja execução é confiada ao Secretariado do Conselho de Administração.

 

Os trabalhos do Conselho de Administração foram presididos por Sua Excelência Dom Lucas Kalfa SANOU, Bispo de Banfora, Administrador representando o Burkina Faso, Presidente do Conselho de Administração, coadjuvado por Sua Excelência Dom Paul Abel MAMBA, Bispo de Ziguinchor, representando o Senegal, Vice-Presidente do Conselho de Administração e por Sua Excelência Dom Martin HAPPE, Bispo de Nouakchott, representando a Mauritânia e Tesoureiro do Conselho de Administração.

Les participants au CA 2018 à Dakar

Les participants au CA 2018 à Dakar

Participaram na Sessão, suas Excelências:

 

Membros titulares:

 

– Dom Lucas Kalfa SANOU, Bispo de Banfora, Administrador representando o Burkina Faso, Presidente do Conselho de Administração;

– Dom Paul Abel MAMBA, Bispo de Ziguinchor, Administrador representando o Senegal, Vice-Presidente do Conselho de Administração;

– Dom Martin HAPPE, Bispo de Nouakchott, Administrador representando a Mauritânia;

– Dom Ambroise OUEDRAOGO, Bispo de Maradi, Administrador representando o Níger;

– Dom Pedro ZILLI, Bispo de Bafatá, Administrador representando a Guiné-Bissau;

– Dom Martin Waingue BANI, Bispo de Doba, Administrador representando o Chade;

– Dom Ildo FORTES, Bispo de Mindelo, Administrador representando Cabo Verde;

– Pe. Emile SAMBOU, Vigário Geral, Delegado de Dom Gabriel MENDY, Bispo de Banjul, Administrador representando a Gâmbia.

 

Observadores:

 

– Pe. Segundo TEJADO MUNOZ, Subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Observador da Santa Sé junto da Fundação;

– Dra. Alessandra SILVI do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral;

– Dr. Michael ALTMAIER, observador representante da Conferência Episcopal Alemã (CEA);

– Pe. Leonardo DI MAURO, Responsável do Serviço para as Intervenções Caritativas na Conferência Episcopal Italiana (CEI);

– Sr. Alessandro POLITANO, Membro do Serviço para as Intervenções Caritativas na Conferência Episcopal Italiana (CEI);

– Sr. Eric des Grottes, representante da Associação dos Amigos da Fundação João Paulo II na França.

 

Membros associados:

– Pe. Prosper KIEMA, Secretário Geral da Fundação João Paulo II para o Sahel;

– Sr. Gustave OUEDRAOGO, Responsável Administrativo e Financeiro da Fundação João Paulo II para o Sahel;

– Sra. Béatrice Marie OUEDRAOGO, Secretária da Direcção da Fundação João Paulo II para o Sahel.

 

Depois de analisar a situação global do funcionamento da Fundação, e após terem votado unanimemente os relatórios morais, financeiros e adotarem o orçamento para 2018, os Administradores tomaram as seguintes decisões para a continuação da missão da Fundação João Paulo II para o Sahel:

 

  1. O Conselho aprovou por unanimidade o relatório da CA de 2017, o relatório de actividades do Secretariado e o relatório financeiro.

 

  1. Depois de fazer um balanço dos fundos disponíveis no Pax Bank, no Dicastério do Serviço para o Desenvolvimento Humano Integral, o saldo do orçamento de 2017, o Conselho de Administração integrou o montante dos projectos com acordo condicional que haviam expirado. Assim, a disponibilidade financeira global foi de 254 290 314,50 FCFA e o orçamento para o exercício de 2018 foi aprovado para um montante de 189 676 000 FCFA.

 

  1. Os fundos próprios da Fundação João Paulo II para o Sahel, geridos pela Conferência Episcopal Alemã com a ajuda do Pax Bank, não geram mais recursos para financiamento de projetos, devido à baixa taxa de juros. O Conselho decidiu solicitar, por carta, ao Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, a transferência parcial dos fundos do capital para os aplicar em Bancos da África com taxas de juros bem mais altas.

 

  1. Na sequência da apresentação do relatório quinquenal 2013-2017, o Conselho solicitou estabelecer uma ligação com o relatório anterior de 2006, especificando a data e explicando em algumas linhas a crise e a letargia que ocorreram após a reestruturação liderada pelo Consultor Sr. Michel-Thierry DUPONT. O relatório, assim que estiver finalizado será apresentado ao Santo Padre.

 

  1. A data da reunião do Secretariado Permanente do Conselho de Administração, ficou agendada para Ouagadougou: 18 a 21 de junho de 2018, com chegada prevista para 18 de junho e partida para quinta-feira, 21 de junho.

 

  1. A próxima reunião do Conselho de Administração da Fundação João Paulo II para o Sahel, ficou agendada para 18 a 22 de fevereiro de 2019, em Dakar, com a chegada prevista para segunda-feira, 18 de fevereiro e partida na sexta-feira, 22 de fevereiro.

 

  1. Em colaboração com a Agência EGGA, a Fundação tem colocado à sua disposição, um montante de 40 000 euros como adiantamento reembolsável para acções publicitárias. O nosso frágil orçamento não permite que tal soma seja gasto em publicidade.

 

Para além de expressar a sua gratidão às autoridades e aos Organismos que acompanham a Fundação, foram enviadas mensagens a Sua Santidade o Papa Francisco, ao Presidente da República do Senegal, Sua Excelência Macky SALL, à Conferência Episcopal Italiana, à Conferência Episcopal Alemã, à Associação Amigos da Fundação, ao Principado de Mônaco e a Dom Gabriel MENDY, recentemente consagrado bispo para a Diocese de Banjul – Gâmbia.

O Conselho agradeceu à Comunidade de Irmãs Franciscanas de La Pouponnière pela boa qualidade de acolhimento e as condições que disponibilizou e que favoreceram um excelente ambiente de trabalho.

 

Pelo Conselho de Administração

 

O Presidente

Dom Lucas Kalfa SANOU